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Católicos Até o Fim


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Conservar não é deixar mofar

 

Milhares de pessoas passam anos a fio dentro do metrô, por debaixo de algumas praças que nunca viram nem jamais verão. Não descem nunca para aquela estação. Passam a quinze metros da superfície e nunca foram vê-la. Milhares passam por avenidas e ruas cujo nome nunca leram. Perguntados, não sabem que todos os dias as cruzam. Falta-lhes atenção!

Crer e contemplar, segundo alguns teólogos é exatamente isso: prestar atenção naquilo que antes víamos sem realmente ver. Estava ali, mas não nos parecia importante.

Milhares olham para estrelas cujo nome nunca se importaram em conhecer e para árvores cujo nome também não sabem, embora estejam ali perto de sua casa, há trinta anos.

Há também os que não se interessam por aprender nem saber nada mais do que já sabem. São formigas que não querem outro carreiro. Milhares de cristãos de todas as igrejas nunca fizeram esforço de saber nada além do Catecismo que terminaram aos doze anos. Depois disso, nunca mais leram nenhum livro religioso. Não são curiosos sobre assunto de fé.

Revistas profanas e até eróticas eles compram. Coisas de religião, nunca. Mas vão ao culto e à Missa aos domingos.

É como se tivessem herdado a bicicleta do pai e nunca mais quisessem outra, mesmo sendo ela agora pequena demais para o seu tamanho. Cai aos pedaços, mas não quiseram nunca experimentar versões melhoradas dela. Foi o caso daquele senhor pobre que se machucara na velha bicicleta e a quem o médico, cuja casa ele guardava, ofereceu uma outra mais sólida. Não quis. Sua velha bicicleta tornara-se inadequada e obsoleta, mas era dela que ele gostava!

A fé é dinâmica! Acrescenta sabedoria, mas a maioria das pessoas fica no que aprendeu e chega a se zangar com quem propõe algo novo. Ofendem-se com o pregador que propõe um novo jeito de ver aquela Doutrina, sem negá-la. Sofrem do que Carl Jung chamou de “misoneismo”: medo do novo, qualquer tipo de novo.

O conservadorismo da maioria das pessoas pode ser resumido numa só expressão: “já sei o que preciso!” Mas alguém precisa dizer a elas que isso não é conservar: é deixar mofar...

Conservar é algo bom, mas até o ato de conservar precisa ser dinâmico. Os museus estão todos os dias renovando suas técnicas, para que o antigo não se corrompa. É também o caso dos alimentos na geladeira e de produtos que duram anos.

Há, porém um conservadorismo perigoso: o que rejeita novos caminhos, mesmo que sejam melhores. Quem sofre de misoneismo precisa repensar a sua vida. Nem tudo o que é novo é bom,mas também nem tudo o que é novo é mau. Nem tudo o que é antigo era mau, mas também nem tudo era bom. Sabedoria é ficar com o bom e melhorá-lo.


Esse texto foi extraído da Revista Brasil Cristão – Fevereiro 2009 – Pág 15.

Texto escrito por Pe. Zezinho, SCJ

 

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